Caxixis e berimbaus soaram na capoeira cultural em Senhor do Bonfim

Evento de grande expressão para os capoeiras da Bahia, encerrou-se ontem (28), a 3ª Jornada Cultural da Associação de Capoeira de Senhor do Bonfim.

Desde a sexta à noite, quando ocorreu o lançamento da 10ª edição da Revista UNIÃO CAPOEIRA, a cidade foi tomada por um mundo de gente vestida de abadás brancos, portando caxixís, pandeiros e berimbaus.

Capoeiristas venerados como o Mestre Pelé, o Mestre Gari e o Mestre Paizinho, ou famosos como o versátil Tonho Matéria, participaram no sábado de palestras de Aconselhamento e Flexibilidade em plena Praça Nova do Congresso. Mais de 300 jovens, principalmente os da ginga da capoeira, ouviram a conferência da Psicanalista Drª. Sâmara Almeida prevenindo contra pedofilia, drogas e perversões outras, nocivas à sociedade,

Paranauê

As rodas de capoeiras estiveram lado a lado em todos os ambientes montados pelo Mestre Carlinhos e seu parceiro de organização, o Mestre Viola. Ontem, último dia, a despedida foi feita por quase 300 capoeiristas no Ginásio de Esportes do Estádio Pedro Amorim. Contramestres e aprendizes não escolhiam qual a cor do cordão do próximo adversário. Queriam roda pra vadiar.

Mestre Paizinho (48) suado, alegre e encantado disse ao repórter: “nem precisa botar meu nome, basta dizer que num dia desse tem um jacobinense feliz”. Saiu e foi pro pé do berimbau, onde já chegou auxiliando o refrão: “Paranauê / paranauê, paraná”. Lá estavam crianças, mulheres, cantores, músicos, professores, fãs e fanáticos de todas classes sociais, prontos a se igualar nos golpes, martelos e aús.

Mestre Carlinhos começou a citar quem veio: “mais de 40 capoeiras só de Salvador; um ônibus é só pra Mairi, Jacuipe e Capim Grosso; de Juazeiro, Morro do Chapéu, Rio de Janeiro, Feira de Santana, Rui Barbosa só sei pelos mestres”. Ele desistiu de contar, mas ao seu lado, o Mestre Aranha (da Missão) e outros do Quicé, Caco de Telha, Queimadas ajudaram. Só na refeição do Kolping tinham uns 220 visitantes.

Tonho Matéria

Entre o toque lento (são-bento-grande) e o rápido (são-bento-pequeno) das vozes e percussão, Tonho Matéria cedeu entrevista: falou da capoeira como dança, como luta, e como aperfeiçoamento de corpo e mente. Enquadrou o entretenimento como esporte, cultura e filosofia... Defesa e ataque, manha e mandinga e “por que não, ideologia e até religião”. Ele, como de costume, mal chegou da África e já voa ainda essa semana para a Europa. “Vou à Grécia e mais uns oito países”. Seu excelente bate-papo será brevemente veiculado, na íntegra.


Assessoria de Comunicação Social
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