Projeto habitacional e produtivo: visitado com festa quilombola e clima de inauguração

As 25 unidades habitacionais que foram construídas no Alto Bonito, agora visitadas e festejadas são casas, cada uma com três quartos, um banheiro e duas salas. O bonito Centro Multiuso onde se deu a comemoração desta terça-feira (23) está novinho, na primeira tinta. Em homenagem a um pioneiro do Alto Bonito, os quilombolas deram-lhe o nome de Centro Comunitário Maurício de Afonso Santana, que é a praça da comunidade.

Foi no pátio deste Centro Comunitário que o ex-prefeito Carlos Brasileiro (que em 2007 iniciou o projeto) e Paulo Machado (que agora o concluiu) receberam Valmir Assunção, secretário de Combate à Fome e à Pobreza do Governo Wagner, onde abraçaram os quilombolas pela grande conquista. Todos agradeceram a política desenvolvida pelo presidente Lula que, em parceria com o estado da Bahia e a Prefeitura Municipal “realizaram, não discurso, mas ações voltadas à agricultura, habitação, artesanato, à cultura, à moda e à saúde”, como lembrou o prefeito de Senhor do Bonfim.

Joana de Genoveva Rodrigues é quilombola de raiz e rezadeira. Dos muitos filhos ainda restam dois. Tem 85 anos e conversa bem: “Entrei na casa há seis meses e aqui eu planto batata, melancia, feijão, abóbora, tomate; tenho bananeira, mangueira, goiabeira e plantas de remédio”. Quem planta, Dona Joana? “Plantar é fácil, eu capino é tudo na enxada”. Usa agrotóxico? “Não, a gente recebeu curso, aqui é só orgânico, natural”.

Gilvan Rodrigues da Silva (36) é um legítimo afro-descendente, “negro como carvão” na linguagem do fotógrafo e quilombola residente Uilson Bahia, o conhecido Cinco Mil. Gilvan falou compassadamente: “Eu vivo da roça, da lavoura; cato feijão, planto andu. Minha casa era de barro, aí minha muié foi atrás, futucou e arrumou a vaga dessa casa. Tamo nela a três mês e acho muito bom. Ainda dei cinco dia de trabaio nela, de servente, e ganhei 80 conto”.

A obra - A atual política de resgata dos direitos de negros, de mulheres e de toda a população quilombola vai além das 25 casas. Foram incorporadas ao projeto 29 cisternas, 11 unidades sanitárias e 25 hortas, estas como parte especial do Programa Produtivo, que teve o apoio de técnicos do Sebrae, sementes da Embrapa e cursos de produção agrícola e de capacitação em trançados, corte e costura, artesanato, aulas de Direito de Cidadania para os grupos comunitários. Fátima Brasileiro diz que o Curso de Hortas, o Galinheiro, o Manejo de galinhas e a manipulação de acarajé “se fazem presentes em termos de qualidade no comércio de Bonfim” e Carlos de Tijuaçu acrescenta que estão “também na qualidade de vida de Tijuaçu. As recentes construções de Rede de Esgoto e do Cemitério no distrito de Tijuaçu, a reforma da Escola Municipal de 1º grau e mesmo a reforma da Entrada pela BR do distrito (esta já com projeto aprovado) estão no quadro dessa atual política de resgate.

Dona Maria Odete, uma negra sorridente de 45 anos, a primeira a receber uma casa do projeto, contou como foi: “A minha casinha era ali no barranco, caiu e me mandaram entrar nesta nova, mesmo sem a inauguração do conjunto”. A senhora paga quanto pela casa? “Nada. Só água e luz”. Planta o quê? “Batatinha, cenoura tomate, coentro, pimenta, couve, berinjela, pimentão...”. E depois de colher? Eu planto e colho com meus filhos (três) e vendo tudo na feira de Bonfim”. Está feliz? “Ave Maria! Até demais”.

Também estiveram presentes: o Dr. Aurélio Soares (vice-prefeito); Ana Torquato (Superintendente de Segurança Alimentar), secretários municipais Auzeneide Nunes (Infraestrutura), Lílian Teixeira (Educação) Raimundo Freitas (Agricultura), Cláudio Nunes (Industria e Comércio, Silvana Ozelina (Integração) Walmir Santos (líder quilombola), representantes do Sebrae e outros.


Governo Cuidando da Nossa Gente
Assessoria de Comunicação Social
Postagem Anterior Próxima Postagem

PUBLICIDADE