MAIS UMA CADEIA PRODUTIVA PODE SER QUEBRADA: ADAB AMEAÇA REQUEIJÃO, QUEIJO E MANTEIGA

Nesta quarta-feira a quaresma e celebração da paixão dos pequenos produtores e vendedores de derivados do leite chegaram bem perto da realidade que a festa religiosa evoca: fiscais da ADAB de Juazeiro notificaram vendedores de requeijão, queijo e manteiga na feira livre de Bonfim, dizendo que “o prazo de tolerância há muito já expirou”. Em uma folha de oficio em papel timbrado, a observação “venda clandestina de produtos” e como prazo apenas dois algarismos: “zero zero”.

As notificações criaram um clima de incertezas, desânimo e medo e levaram os vendedores a abandonarem seus pontos de venda em busca de apoio e discussão da questão.

O GOVERNO MUNICIPAL SE ANTECIPOU: O Prefeito Paulo Machado, temendo o pior, e em vista ao cumprimento de uma lei que se arrasta desde 2002, já manteve contato, há alguns meses, com o ministério público, propondo-se um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Enquanto isto, esteve em contato com a Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (SEDIR), e junto ao Secretário Edmon Lucas, que esteve em Senhor do Bonfim, entabulou um projeto tendo como alvo a construção de uma Unidade Industrial em Senhor do Bonfim, a partir de resfriadores de leite em toda a região, um carro-tanque, equipamentos especiais e a criação de uma cooperativa. Técnicos da SEDIR já foram enviados a Senhor do Bonfim, após o encontro com o secretário.

O que é estranho é a ADAB de Juazeiro, sem nenhuma articulação com a Vigilância Sanitária Municipal, e desconhecendo todo esse processo, ir diretamente à Feira Livre local notificando e ameaçando de confisco produtos derivados do leite, deixando a todos na incerteza e no medo.

REUNIÃO COM O GOVERNO MUNICIPAL: Os pequenos produtores e vendedores estiveram na Prefeitura Municipal, pedindo apoio e ajuda para que sejam dados prazos razoáveis para que se possa produzir de forma a se obter ao menos o selo municipal de qualidade (SIM). O deputado Zezéu Ribeiro conversou com Dr. Paulo Emílio, coordenador da ADAB na Bahia, pedindo uma intervenção mais razoável e que leve em conta os esforços que vêm sendo desenvolvidos para tirar da clandestinidade a produção de manteiga, queijo e requeijão.

Uma certeza, contudo, se instala em nossa terra: depois da quebra da cadeia produtiva da carne, sobretudo do caprino, está na iminência a quebra da cadeia produtiva do leite e derivados, que envolve dezenas de famílias no município e região.
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