NOSSA SENHORA APARECIDA


João Alves após lançar a rede em busca dos peixes, depara ao recolhê-la, com o corpo de uma pequena imagem de barro, sem cabeça, embaraçada nas malhas da rede. Examinou-a com cuidado e mostrou-a aos outros dois, que como ele, ficaram admirados com o achado. Envolveu-a na sua camisa e colocou-a num canto do barco. Remando um pouco mais para alcançar outra área, decidiu lançar a rede em busca dos peixes. Seus companheiros silenciosamente observavam. Outra surpresa ... Uma pequena bola de barro, bem menor que as malhas da rede, vinha embaraçada nela. Cuidadosamente removeu o lodo com a mão e viu tratar-se da cabeça da imagem! Era uma Santa feita de barro escuro... Era a imagem de uma Senhora...

Os três estavam admirados!... Como foi possível as malhas da rede reter aquela pequenina cabeça de imagem? Mas ela estava ali, desafiando as leis da física e das probabilidades, uma linda imagem escura, com feições delicadas, 39 centímetros de comprimento e pesando um pouco mais de quatro quilos. Era a Senhora "Aparecida" que surgia num véu de espumas das águas barrentas do Rio Paraíba.

Quem a teria sepultado naquele leito, adormecida em espesso lençol de água doce? Algum ladrão sacrílego que a arremessou ali envolto pelo remorso, ou para se libertar do furto sacrílego que lhe corroia a alma? Ou, quem sabe, alguma pessoa de fidelidade dúbia, que não recebendo o benefício de uma promessa que fez a DEUS, vingou-se grosseiramente, desabafando sua decepção doentia na pequena imagem, quebrando e lançando-a no rio?

Um verdadeiro mistério... Ninguém sabe como foi parar ali aquela imagem. Um fato que desafia a toda imaginação e que jamais foi desvendado, apesar de acuradas e perspicazes investigações.

A segunda peça encontrada, depois de limpa, foi também envolvida na camisa de João Alves e juntas, ficaram depositadas num cantinho do barco. Uma atmosfera de mistério cercou o espírito dos três homens... Estavam surpresos e maravilhados com o que acabava de lhes suceder. Era portanto, muito natural que existisse no íntimo de cada um, uma imensa expectativa ... E agora, o que irá acontecer? Será que nos próximos lanços, as nossas redes trarão mais alguma "novidade" para o barco?

Sem dúvida, era um grande suspense que os deixou momentaneamente pensativos e indecisos, sem palavras e sem qualquer ação. Mas, a resposta àquela indagação só poderia vir se eles fizessem novos lanços com a rede. E por isso mesmo, a decisão não se fez esperar e a rede foi atirada novamente ao rio. Repleto de expectativa e curiosidade, lentamente João Alves começou a recolhê-la, e logo de inicio observou algo anormal, um peso volumoso que a pressionava para baixo e quase arrastava o barco. Com dificuldade, os três se juntaram e puxaram a rede retirando-a do rio. Que maravilha! ... Estava repleta de peixes... Tão copiosa tornou-se a pesca, que em poucos lanços, encheu a canoa com um pescado de excelente qualidade. E tantos eram, que logo encerraram a pescaria, porque o barco já estava quase afundando com o peso.

Antes de se dirigirem à Câmara Municipal a fim de entregarem os peixes, levaram a imagem para casa, deixando-a aos cuidados de Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos, mãe de João e irmã de Felipe.

Fonte: www.geocities.com
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