Capoeiristas lançaram 11ª revista em jornada nacionalmente conhecida




A 4ª Jornada Cultural de Capoeira, evento anual da Associação das Academias de Capoeira de Senhor do Bonfim colocou neste fim de semana mais de 170 capoeiristas brasileiros e estrangeiros na cidade, neste fim de semana. Ato dos mais significativos foi o lançamento às 11 horas de ontem da revista “União Capoeira”, em sua 11ª edição.

Roda relâmpago – Dentro da programação, a jornada propriamente dita consistiu num misto de desfile, passeio e exibições dos visitantes como primeira atividade da manhã de ontem. Da saída da Associação até a Praça Nova do Congresso os capoeiras tiveram a alegre companhia da Filarmônica, da Fanfarra de Senhor do Bonfim, grupo teatral Aroeira Cênica e alunos de natação dirigidos pelo Professor Raimundo Natação. Movidos pela animação e por sua cultura, em vários trechos os portadores de berimbaus fizeram círculos e pararam a caminhada, transformando-a em grandes e rápidas rodas de jogo.

“Essa é uma forma do capoeirista se comunicar com os lugares que visitam e com os novos praticantes da arte que vai conhecendo”, explicou o Mestre Carlinhos, seu nome de batismo na capoeira, ou José Carlos Ferreira de Matos, comerciante, militante do PSOL e principal organizador desses eventos que há sete anos consecutivos acontecem em Senhor do Bonfim.

Bimba – Afora duas embaixadas de capoeiristas franceses e argentinos, estes liderados pelo mestre Gamola, jogadores de fama nacional como os mestres Gary e Cabide (RJ), outros de Pernambuco, Alagoas, Ceará estiveram nas rodas da abertura no sábado à tarde e à noite na Praça Nova do Congresso. O lançamento da revista União Capoeira, de 28 páginas, totalmente policrômica, 11 edições em sete anos, reflete a firme continuidade do movimento e atrai a atenção de gente renomada dentro e fora da capoeira. Entre grandes nomes de Salvador vieram os mestres Carlinhos, Pelé (o Gogó de Ouro), Saci (aluno do saudoso Mestre Bimba), Olavo, Virgílio e outros.

Nas rodas da de despedida de ontem à tarde no Núcleo Esportivo do Estádio Pedro Amorim, além das incontáveis trocas de cordas (faixas que distinguem as categorias da capoeira) o evento fez o ritual de formatura de dois participantes: Mestre Farias e Mestre Vareta, que passam à hierarquia dos que podem ensinar o jogo, ou dança, ou arte, luta, defesa pessoal, preparação espiritual, filosofia ou até religião – como alguns acham admissível definir esse também esporte nascido no Brasil.

Liberação Figuras como o Mestre Macaco, de Santo Amaro da Purificação (terra do mítico Besouro) e artistas das pernadas, bananeiras e aús conviveram com capoeiristas de Petrolina, Rui Barbosa Andorinha Campo Formoso, Vila Pilar, Capim Grosso, Jaguarari (de onde veio uma van lotada) e até com mulheres capoeiristas como a contramestre Amazonas. E se mesclaram com lutadores como Marinaldo, Qêu, Serjão, Isaias, todos bonfinenses. Também de distritos locais, Missão do Sahy, Caco de Telha participaram grupos. No apogeu da domingueira houve liberação total. Rodas foram formadas em profusão, simultâneas, nos espaços do Núcleo Esportivo como mística de despedida das caravanas visitantes.

ASCOM
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