Paulo Braga (PMDB) seria eleito Deputado Federal se o voto fosse distrital


A pesquisa encomendada pelo TSE mostra que, um mês após a eleição, 22% das pessoas não lembram o nome do seu Candidato, um fato lamentável, pois, há um sentimento de apatia e um distanciamento nocivo que afasta o eleito do eleitor - eleitor do eleito, “anulando” quase que naturalmente o seu direito de fiscalizar e cobrar tanto na atuação quanto na conduta do Parlamentar escolhido.Para solucionar os problemas que vão dos gastos excessivos em campanhas à falta de interesse da população com o processo eleitoral surge um levante e um apelo nacional pelo voto distrital, um movimento popular que já ganhou adesões tímidas de alguns Parlamentares e conta com uma página na internet para recolhimento de assinaturas (www.euvotodistrital.org.br). Contudo, na mesma dimensão, surgiram grupos contrários à proposta com o argumento de que a liberdade de escolha é uma garantia constitucional.

Alguns números atuais assustam pelo excesso e outros pela omissão, um exemplo claro que o Voto Distrital poderá diminuir as distorções e gastos:

· Em 2010, apenas 7% dos Deputados Federais chegariam lá com seus próprios votos. Das 513 cadeiras da Câmara Federal apenas 36 estão ocupadas por Políticos eleitos com votos suficientes para o cargo, o restante, 477 no total de 93% foram eleitos com votos de outros candidatos ou legendas;

· O custo médio total de gastos em Campanha Política na região Nordeste, por Parlamentar, cairia de R$770.000 para R$330.000, uma redução em 50% dos gastos que poderia minimizar acordos pré-campanha, enfraqueceria oligarquias e ajudaria na inserção de muitos Candidatos locais com chances reais na disputa;

· Representantes corporativistas que assumem o mandato com a tese de defender os interesses de um determinado grupo seriam sensivelmente afetados devido ao voto concentrado em determinada área geográfica, atualmente, líderes sindicais e/ou representantes de determinado segmento se valem da prerrogativa e acabam angariando eleitores em todo o território, o voto distrital, concentrado em determinada localidade, dirimiria esse suposto “beneficio”;

· Haveria um fortalecimento regional, impulsionado por uma maior fiscalização, um número reduzido de Candidatos por região, 27 no total (número de legendas registradas atualmente), um maior acesso ao Candidato, por conseguinte, uma cobrança da população por ações no Distrito do eleito. O Deputado Federal eleito na localidade seria tão conhecido quanto o Prefeito, já que seria o único representante local eleito em um universo de 27 propostas. Na última eleição foram 253 Baianos (as) disputando 39 vagas na Câmara Federal.

Na Bahia, 27 Deputados Federais seriam eleitos tanto no sistema atual quanto no voto distrital, entre os eleitos estão alguns Parlamenteares conhecidos na região como: Afonso Florence (PT), Alice Portugal (PCdoB), ACM Neto (DEM), Imbassahy(PSDB),Felix Mendonça(PDT),JosiasGomes(PT), Jutahy Magalhães(PSDB),Mário Negromonte(PP),Nelson Pelegrino(PT) e Rui Costa(PT).

Com o voto distrital, dos 39 eleitos, 12 perderiam a vaga, são eles: Antonio Brito(PTB),Daniel Almeida (PCdoB), Edson Pimenta(PCdoB), Erivelton Santana(PSC),Fabio Souto(DEM), João Carlos Barcelar(PR),Luiz Argôlo (PP), José Carlos Leão(PDT), Zezéu Ribeiro(PT),Luiz Alberto Silva dos Santos(PT),Paulo Magalhães(DEM) e Valmir Carlos da Assunção(PT).

Assumiriam a vaga dos 12, se o voto distrital estivesse em vigor, os seguintes candidatos: Bebeto(PSB), Colbert Martins(PMDB), Emiliano(PT),Herzem Gusmão(PMDB), João Bosco(PT),Joseph Bandeira(PT),Jussara(PT), Luiz Carreira(DEM), Paulo Braga(PMDB), Pedro Souza(PMDB), Tonha Magalhães(PR) e Zé da Pesca(PP).

Na balança, se o voto distrital estivesse em vigor, o PMDB, PSB e o PT seriam os partidos que aumentariam significativamente a sua representação parlamentar, enquanto o DEM, PDT, PCdoB, PSC e PTB perderiam Deputados. Cabe uma reflexão sobre o trabalho politico do PMDB e PT nesta última eleição, na analise da estratégia utilizada, fica claro que o trabalho politico desses dois partidos focou nas lideranças com representação regional, captando e valorizando os candidatos que trabalharam em zonas previamente analisadas.

Com base nos mapas do IBGE, dados da Justiça Eleitoral e plantas cartográficas dos Estados, a equipe do movimento "Eu voto Distrital" fez uma simulação e concluiu que o ex-deputado Estadual Paulo Braga com 21.243 votos no total, sendo 18.350 votos em Senhor do Bonfim e região (12,15% dos votos no distrito), teria a sua eleição garantida pelo PMDB, se o voto fosse distrital.

Ricardo Aquino é Bacharel em Marketing com habilitação em Marketing Social, Público e Político.

Fonte:Veja,Estadão,Euvotodistrital e PortalTerra
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