CERCA DE 800 TRABALHADORES E TRABALHADORAS OCUPARAM BR 407


Cerca de 600 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais ligados aos movimentos CETA (Movimento de Acampados e Assentados), CAFFP (Central de Fundo e Fecho de Pasto), MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), SINTRAF (Sindicatos dos Trabalhadores e trabalhadoras da Agricultura Familiar) ocuparam na manhã desta segunda feira (29/04) A BR 407, frente a empresa Sítio Barreiras à 8 km da cidade de Ponto Novo/BA.


A ação é parte da Jornada de luta que acontece em 4 regiões da Bahia. A pauta está centrada na questão agrária e nas políticas de conivência com a seca.
Esta Jornada de Luta dos Movimentos Sociais é importante para pressionar o Estado para que garanta efetivamente a Reforma Agrária que está sendo sepultada, bem como a regularização dos territórios das comunidades tradicionais. Os fundos e fechos de pasto da Bahia, comunidades tradicionais, além da SECA, enfrentam o avanço das cercas de fazendeiros e empresas sobre suas terras. Além disso, o governo da Bahia, de forma autoritária, quer impor uma limitação ao direito dessas comunidades de requerer a titulação de seus territórios estabelecendo data limite até 31 de dezembro de 2014, conforme o Projeto de Lei encaminhado à Assembleia Legislativa.


O Estado tem tratado a questão da seca como um problema superficial, ao invés de formular políticas sérias para resolver a situação, tem fomentado a indústria da seca no intuito de beneficiar oligarquias locais e regionais, através da implantação de CISTERNAS DE PLÁSTICO, que só beneficia empresas particulares.
As grandes empresas e o Estado, se utilizam dos recursos públicos para garantir a infraestrutura na implantação e ampliação de projetos do capital, se apropriando da terra, da água, dos minérios e da natureza como um todo.

Apesar deste cenário desanimador, nós dos movimentos sociais nos mantemos em luta, propondo novos caminhos e sugerindo políticas públicas estruturantes e necessárias à garantia de nossos direitos.
Dentre outros, REIVINDICAMOS: que a REFORMA AGRÁRIA seja vista como uma política pública de desenvolvimento social, para tanto se faz necessário a reestruturação do INCRA; ampliação das ações populares de convivência com o semiárido (Ex: cisternas de placa para consumo/produção).
E em caráter EMERGENCIAL, REIVINDICAMOS:

Abastecimento de água para as comunidades onde ainda não choveu o suficiente;
Limpeza e ampliação das aguadas;
Perfuração e instalação de poços artesianos;
Cesta básica para 16 mil famílias que se encontram em situação de insegurança alimentar;
Desburocratização da entrega do Milho da CONAB para ração animal;
Liberação dos créditos emergenciais protocolados no BNB;
Frente de serviço para as famílias por 180 dias.


A nossa luta é no campo e na cidade, para construir uma nova sociedade!


Ponto novo/Bahia, 29 de Abril de 2013.
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