ARTIGO: ERA UMA VEZ UM PARQUE... DA CIDADE!

A interessante proposta do então prefeito Carlos Brasileiro, de construção do “Parque da Cidade”, em área do nosso antigo campo de pouso ou campo de aviação, teve esta semana o seu tiro de misericórdia, desferido pelo Executivo Municipal e sacramentado pela Câmara de Vereadores.

O projeto inicial, básico, era o de um Parque, com áreas verdes, um lago, quiosques para o encontro de lazer das famílias, pistas de cooper, quadras esportivas, restaurantes, área de show e residências que revelassem o lado humano e habitável do parque. Para tanto, conseguiram-se um milhão e duzentos mil reais do governo federal e se fez um contrato com uma empresa que receberia uma área de terra, obrigando-se a dotar o parque de infra-estrutura.

No governo de Paulo Machado, asfaltou-se aquela vasta área, construiu-se pista de skate, instalou-se uma Academia da Terceira Idade e fizeram-se as pistas de atletismo. A empresa contratada para investir no Parque teve o seu distrato assinado, pelo fato de não corresponder ao que se assinara no governo que nos antecedeu.

Tivemos todo o tempo o cuidado de reservar os espaços de área verde, e a única área que poderia ser disponibilizada, sem ferir o Projeto do Parque da Cidade, era de 700 m2, ao fundo da Igreja Batista Nova Sião e da Univasf. Fizemos esta doação em dezembro, com aprovação do legislativo, e fizemos ver à UNIVASF que doação de maior área comprometeria um grande projeto da sociedade bonfinense, já aprovado pelo INEMA. Além do mais, a aprovação do projeto, pela Câmara e pelo Organismo do Meio Ambiente da Bahia, definia que qualquer alteração no projeto original deveria ser novamente analisada pelo INEMA, antes de ser concretizada.

Senhor do Bonfim se surpreender com a doação, na última semana de 19.000 metros quadrados do Parque, em sua cabeceira, área reservada ao verde e a um lago. Esta doação privilegia a UNIVASF que já recebera duas outras doações, uma de 10.000 metros quadrados e outra de 700 metros quadrados.

O silêncio e a forma como o processo foi conduzido exigem no mínimo uma explicação ao povo bonfinense, inclusive por parte da Câmara de Vereadores que passou por cima da própria Lei que já fora votada na própria casa legislativa.

A UNIVASF, que poderia expandir-se criando um campus avançado na BR, preferiu incentivar a morte do Parque da Cidade, do seu verde, revelando-se em um compasso distanciado do compasso da própria sociedade à qual se comprometeu a servir. Interesses expansionistas de uma Universidade não deveriam jogar por terra uma proposta tão esperançosa, como pulmão verde, para Senhor do Bonfim. Por ironia do destino, o Reitor que aqui esteve, contribuindo para a destruição de um projeto interessante e original, tentou consolar a todos prometendo cursos voltados ao meio ambiente e que pouco têm a ver com as promessas anteriores de instalação de cursos de maior procura e sugeridos no projeto original elaborado pela Prefeitura, em governos municipais anteriores.

Creio que a questão é grave e se eu fora prefeito não hesitaria em vetar o próprio projeto enviado à Câmara de Vereadores. A consumação da doação faz do Parque da Cidade apenas um condomínio burguês e de luxo, e alguma área para os que praticam esporte, exercícios, e dançam ao som de grandes bandas musicais.

O silêncio, contudo, que se seguiu a tudo isto nos convence de que, de fato, “Era uma vez o Parque da Cidade!”

ASCOM de Paulo Machado
14 de novembro de 2013
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