ARTIGO: O PARTIDO DOS TRABALHADORES, O GOVERNO DE SENHOR DO BONFIM E A ARTE DE RE-CONTAR

Paulo Machado
Entre as diversas razões que me fazem admirar a Bíblia é a estratégia de ensino que pervade o Livro Sagrado. Uma estratégia simples, mas sumamente eficaz, que á a arte de re-contar, de re-lembrar, de deixar viva na memória do povo uma história especial de atenção e amor de Deus para com o seu povo, sobretudo o povo eleito.

Como chegaram até as novas gerações os grandes feitos e intervenções de Deus, desde a criação do mundo à libertação do Egito? Desde a face sofrida de Jó e de outros mártires até o martírio glorioso do nosso Redentor Jesus Cristo? – a oralidade, os mais velhos que reuniam os mais novos e contavam maravilhados e agradecidos os permanentes olhares de Deus na história humana.

Esta necessidade e premência de estar sempre relembrando o que aconteceu nos acompanha há séculos e se não fora ela seríamos hoje um povo sem passado, sem glórias, sem referências, perdido nas curvas da vida. A sábia estratégia bíblica em que as comunidades se reuniam para tornar permanente o que houvera, é uma exigência até mesmo ética ou moral.

“Mutatis mutandis”, refiro-me ao papel do Partido dos Trabalhadores e de seus partidos aliados desde os idos dos anos 2000 entre nós. Só mesmo uma profunda má vontade e uma falta de memória insistem em dizer que nada houve, que nada se fez, em nossa terra, ao longo de 12 anos de gestão profícua que deixou marcas e inaugurou um estilo administrativo produtivo e sério.

Diante dos que, levados pelo discurso generalizador e iconoclasta, tentam apagar uma memória rica em nossa terra, cabe-nos destacar alguns pontos, como diriam os latinos, “ad perpetuam rei memoriam”. (“Para a perpétua memória da coisa, do que houve”). Pontos que só mesmo uma grande má vontade teima em negar e em diminuir a sua grandeza, e que resumimos em dois grandes eixos, sem com isto esgotarmos uma série de outros aspectos que podem ser abordados oportunamente:

1. A IMPLANTAÇÃO DA SERIEDADE NA GESTÃO PÚBLICA: Em Bonfim, Governar passou a ser sinônimo de transparência, de coerência no planejar e no agir, sinônimo de disciplina e respeito à coisa pública, afastando-se da gestão o hábito de improvisar e de governar sem planejamento, metas e avaliação;

2. A CONSTRUÇÃO E A MANUTENÇÃO DE POLÍTICAS ESPECÍFICAS RELATIVAS À SAUDE, À EDUCAÇÃO, À INFRA-ESTRUTURA, À AÇÃO SOCIAL: Foram criados os Fundos Municipais de Saúde e de Educação, hoje substituídos por uma gestão financeira concentradora e desrespeitadora das especificidades dessas duas grandes áreas de atendimento mais crítico à população. Nos doze anos abominados e tripudiados pelos que prometeram o impossível aos incautos e iludidos eleitores, tanto a Saúde como a Educação possuíam contabilidade própria, planejamento e orçamentos específicos, trazendo-se resultados sólidos em favor da população. Foi desta forma que as Secretarias referidas puderam se agigantar e garantir uma educação de qualidade e uma saúde rica de atendimentos, Programas de Saude da Família, Tratamento Fora de Domicilio de forma regular e superadora da precarização.

No mesmo ritmo a Secretaria de Infra-Estrutura se tornou um eixo de garantia da locomoção do povo, do viver em espaços, ruas e praças mais dignos, acompanhando atentamente o cotidiano e o imprevisto da vida de nossa gente.

A ação social deixou de ser, nos referidos doze anos, um centro caritativo, implantaram-se as políticas sociais a partir da SUAS, tratou-se de frente e de forma madura os desafios de nossas famílias e de gerações diferenciadas (crianças, adolescentes, jovens e idosos) e presidiu-se à maior revolução habitacional do município nas últimas décadas, através do Programa Minha Casa, Minha Vida. Saltamos de constantes 69.000 habitantes para mais de 80.000 habitantes.

FINALMENTE, cabe observar que durante doze anos, sob a liderança do Partido dos Trabalhadores, nossa terra re-escreveu uma história que precisa ser retomada em breve tempo, dando-se um basta ao processo de desmonte que vimos presenciando sob os lamentos e arrependimentos da maioria dos bonfinenses que a tudo assiste insatisfeita e em uma crescente precarização do que se construiu com determinação em governos anteriores.

O Partido dos Trabalhadores e os partidos, que com ele inauguraram uma história promissora que ameaça fugir de nossas mãos, precisam estar a postos para que, empurrados por uma vasta experiência acumulada, recoloquem a nossa terra no caminho que tem sido substituído por atalhos e vielas indesejáveis.


Paulo Machado
Senhor do Bonfim, 28 de fevereiro de 2015
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